segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Latrina do Saber

Os virtuosos do axé
Batucam valsas vienenses
Numa geleira qualquer
Dos lençóis maranhenses

Tomam água de coco
E usam ternos de tergal
Sem achar que são loucos
Sem motivo especial

Tudo vai para algum lugar
Todo esgoto vai pro mar
As estradas vão a Roma
E quem tem boca também está lá
Para descobrir o segredo
Das sete cores das balas de goma:
Zangado, Dunga, Tancredo,
Sidney, Wando, Ovelha
e Rodolfo, a Rena do Nariz Vermelho.

A latrina do saber é isso
Meio digestivo
Meio antropofágico
Meio besteira
Meio aperitivo
Sobremesa inteira

A latrina não tem descarga
Tudo o que se vive, se carrega.

Chafurdemos.


domingo, 27 de outubro de 2013

Fruta em flor

Uma ideia muda
Não é muda ou surda
Ideia intrusa
Mente funda
Con-funda
Te-le-pa-ti-ca-men-te estético
Peripatético
Um acorde profético
De porta partida
Em ziguezague paralelo
Porta que          gira
quem fez foi Lelé
Boca que atira
que chama mané
Céu de boca assobradado
Canino assombrado
da sombra lilás
Espelho molhado
Quem quer vai atrás
Beijo planejado pode fazer mal
Estádio fechado não enche em final
Abraço apertado é amor
Tropical

sábado, 26 de outubro de 2013

Os Césares

a CCM

Sem certa dose de hipocrisia
A sociedade não seria possível
Não consta nos manuais da cortesia
Sequer é algo incrível
De que pensa a Filosofia

Olhar que a realidade
É ver que ela não é vista
Se não houver quem persista
O mundo será feito
De simpatia e falsidade

sábado, 12 de outubro de 2013

Pode confiar (mas até certo ponto)

César foi cônsul em Roma
Caiu no caldeirão quando bebê
E a Gália ficou à sua mercê

Veni, vidi, vici
Alea jacta est
Brute, filii mei!
Copulato Iulius erit

No consulado de Bonaparte
Estavam Ducos e Sieyès
O ancião e o abade
Ao seu lado eram réles

Napoleão foi cônsul da França
Inspirou seus combatentes
Com liberdade e pujança
Mas não era um Tiradentes

Cada qual era cônsul
Mas não eram nenhuma Brastemp