sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Lágrimas de Portugal

Quando soube em Petrópolis
Dos anseios de Titília
Demonâo pôs-se em galope
Por todos os Santos
E seu nome de família.
Não fez esforço enorme
Para dar à dama os encantos
De sua máquina triforme.

De volta à vaca fria,
Repousou em um riacho
A cessar a romaria.

Chega, pois, um despacho
Um carta de Portugal
E outra de Bonifácio.

Dando versos ao enredo:
"E agora, José?", disse Pedro
Jazemos à nossa sorte
E o que nos resta agora é a independência
Ou morte.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Currupaco

Nos ares bons de meu passeio
Passou com calma a passarada
Sem ligar para meu receio
Com o sabiá na beira da estrada
Que canta sem temor alheio

O joão de barro, coitadinho
De não levar mais pedradas
Acostumou-se com o meio do caminho
Sem qualquer medo de pragas

De tantas flores que beijou
De amores não correspondidos
O colibri já se fartou
Mas pelo menos tem amigos

Não importa se Urubu
Arara ou Tuiuiu
Mas o fato é conhecido:
Estão perdendo a noção do perigo

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

domingo, 8 de setembro de 2013

A Onça Juma e o Boitatá

Quero fugir para o pantanal
E ver a vida como ela é
Ser sequestrado por canibal
Montado num jacaré

Quero subir num jaburu
E voar até a fazenda de meu pai
No Mato Grosso do Sul
Na fronteira com o Paraguai

Onde eram todos Guarani Kaiowá
Conheci o rei do gado
No Araguaia a guerrilhar
Acontece que seu fado
Era fugir para o mar

Desci correndo com um louco pra rua
Pra ver ao vivo Venus e a Lua
Mas cheguei lá e não vi nada
Estava nublado e a luz do poste ligada.