domingo, 16 de setembro de 2012

Manifesto cafonista

Sejamos bregas!
Chega de "eu te amo"
Chega de sentimentos vazios
De palavras soltas ao léu

Deixem de ser broncos
Usem metáforas, eufemismos
Abusem das figuras de linguagem
Dos mecanismos semânticos

Misturem os acordes do violão
A palavras de paixão
Larguem mão de textos prontos
Colha flores de um jardim
Admire àquela única como a nenhuma outra.

Levante-se da poltrona
Escreva versos versos sinceros
Rime amor com dor.
Volte ao mundo do cafona.


domingo, 9 de setembro de 2012

Criar no escuro

Várzea vazia que clama pelas vozes
Noite nenhuma passa sem algozes
Bonecos buscam pelo sopro da vida
Querem clamar pela ideia querida.

Xícaras tristes sorvem o sofrer
Pratos fundos para aparar os prantos
Das miríades de mentes a morrer.

Nos abraços baços moram as mentiras
Nas palavras rudes passeia a saudade

É na falta de ideias que o poeta dorme.

Lazer expresso

É num golpe de vista
Numa ilusão praiana
Que passa o fim de semana

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O canto perpétuo de Alexandria


No furor bravejante da quietude
Ressoa o clangor das trombetas
O plácido gutural do poeta
Vibra junto aos acordes do alaúde

Os ecos das bramidoras trompas de Jericó
Trazem nevralgias ao aurículo do Oráculo
Ente que censura ao cálice com báculo
E cala as vozes radiosas dos Filhos de Jó.

Em revés, d'aquele pretérito imperfeito
À eternidade do trono de Cronos
A voz do menestrel culminará em seu Direito.

Enquanto enerva, pragueja às Três Marias
A maldição de Minerva silenciará como em sepulto
Guardarás esta quimera até o fim de teus dias.

Jamill Shafofaire

domingo, 2 de setembro de 2012