quarta-feira, 10 de abril de 2013
Volúpias Vernaculares
As línguas se enroscam
Na boca da prosa e da poesia
Profunde o profundo som
Fricativo, bilabial, afonia
A língua da lua que lambe
O mar no horizonte.
Palavras carregadas de sangue
Sussura o vento cortante
Em poemas rebuscados
Na angústia do ermo.
Para os frustrados
Não há meio-termo.
De uma cusparada
Fez-se o grito
Apressou-se a partida
Martelou-se o mito
Do escarro se faz suspiro
A paulada vira rima
E só rima quem arrima
Disso tudo, eu respiro.
terça-feira, 2 de abril de 2013
O Infeliz
Tal
como homem de sentimentos,
Morria
de amores,
Mas não
lhe era motivo de contentamentos.
Vivia
em meio a gigantes austeros;
Como
jovens tolos
Eles
não sabiam admirar;
Gigantes
pobres cheios de ouro;
Não
aprendiam e por isso brigavam entre si.
Apaixonou-se
por uma gigante,
Tão
bela quanto a lua cheia
E o sol
nascente.
Ela,
porém, não o via,
Pois
ele era muito pequeno.
Mas o
pequenino tinha o que os gigantes não tinham,
Sabia
aprender e admirava o que era bom.
Contudo
ela não conhecia
E disso
não sabia.
Então
apaixonou-se por outra gigante,
E esta
o olhava de soslaio,
E ele
imaginou mil amores
E o que
faria por ela.
O resto
não se sabe,
Pois a
história continou
E ainda
havia dois amores...
Livre Amor
Conquistara-me
muito fácil;
Não
reclamo, gosto disso.
Agora
eu só quero estar contigo
E ver o
universo afora.
E
aquele poema que escrevi pra você,
Eu
esperava...
...mas
não,
Não
passou de um longo suspiro.
Fui bom
discípulo,
Pois expandi
E
também raciocinei.
Não
critiquei,
Eu
entendi,
Então
amei.
Inefável
A prata
brilhando acima de nossas cabeças
Ofuscando
a ardência por afagos,
Penetrando
tão fundo...
Impossível
de alcançar,
Impossível
de explicar.
Inefável.
O
êxtase do ouro
No fim
dos tempos;
Pés
fatigando por tempos infindáveis
Até o
duelo final
Pela
redenção,
Fundada
por belezas interiores
Expondo-se
obscenamente, paralisando olhares,
Harmoniosamente
como um tango embaçado;
Impossível
dizer
Impossível
ensinar.
Inefável.
Montanha
formada de gotas
Caindo
incessantemente do céu.
A prata
que reluz em seu pico,
O ouro
que arde como coração pulsante à beira da morte
Incendiando
uma calmaria gélida
Tão
branca como rio que congela
Será
inteligível?
É como
o amor,
Compreende-se
que é belo,
Mas
quem o explica?
Inefável.
Assinar:
Postagens (Atom)